O meu Encontro com Paulo Seco - Escritor Angolano

Li numa entrevista de Paulo Seco o seguinte: "Eu vivo Angola com uma intensidade fora do comum"... curioso resolvi conhecer de perto a obra deste escritor angolano residente no Porto!

Lançou em 2001 “Uma Gota de Água repousada na Pétala da Flor da Esperança, poesia; em 2003 “Sermão da Noite Desconhecida”, poesia, e em 2007 “Laços verticais”, também poesia.

A nudez cristalina de Susana» é o título do último livro do jovem escritor angolano.

A nudez cristalina de Susana é um romance que versa sobre um chamamento para uma reconciliação do ser humano com o ambiente que se insere e cumpre os desígnios da própria vida. (...) Ainda existe gente (Susana é toda essa gente) capaz de viver em perfeita comunhão com a natureza e prenhe de humanidade». Estas são algumas palavras do prefácio que esclarecem a essência do quarto trabalho de Paulo Seco, nascido em Luanda, a 20 de Junho de 1974. Actualmente, Paulo Seco é aluno de Letras da UP.

A oportunidade de partilhar com Paulo Seco, cores, sons, paladares, lugares, palavras, sentimentos... tem sido muito aprazível... como é igualmente aprazível, perfumar a minha boca para dizer a poesia deste escritor/poeta que de uma forma dançante torna as palavras em danças mágicas, toca Angola em todos os seus sentidos, sendo essa uma das suas glórias, a responsabilidade de manter, transmitir a cultura africana dando-lhe expressão, sensibilizando a população para as diferenças culturais que nos enriquecem, no fim um contributo fundamental para a cidadania, de TOCAR ÁFRICA, o Mundo contribuindo activamente para uma vivência positiva, baseada no conhecimento mutuo da diferença e compreensão, no respeito e na inclusão de outras manifestações de identiddae cultural: "Em África tudo canta, Todos cantam, Existem noites claras e dias escuros, Em África até as pedras cantam, Até as pedras choram".

Aconselho vivamente uma viagem ao espaço, ao trabalho deste escritor do Mundo... que ao falar da sua obra refere: Os meus livros abordam temas sobre os valores humanos, a universalização do ser em sintonia com a natureza, preocupa-me muito a manutenção dos valores que o definem , assim como a retribuição destes nos actos quotidianos, muito amor e coerência humana, obviamente que isso toca transversalmente o social. Humanidade, humanidade, humanidade, afinal o que é isso?

Sempre em busca da palavra exacta, Paulo diz-nos:

«Nascemos despidos de línguas,Etnias e outras manias. Múmias dos templos descobertosNas savanas africanas... Encontraram tesouros..., Outros louros da vida. Nascemos sem tempo,Sem horas e sem pressas de viver. Nascemos sempre da mesma forma, Da mesma maneira.»

Perfumo a minha boca para saborear a poesia de Paulo...