terça-feira, 4 de novembro de 2008

Não aceitamos ser prejudicados, mais uma vez!!!

O Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central, vulgarmente conhecido como PIDDAC, apresentado pelo governo do partido socialista segue a tendência dos anteriores. Para 2009 prevê uma redução efectiva do investimento na Península de Setúbal, adiando o investimento em equipamentos e investimentos de máxima importância para a região. Na prática, o governo inscreveu mais 84,7 milhões de euros no PIDDAC em relação ao ano passado, com um total de 180 milhões de euros, mas estes diluem-se em alguns investimentos como: o estabelecimento prisional de Grândola, a ampliação do molhe leste do Porto de Sines, a variante Alcácer- 2ª fase e a ligação “Sines-Grândola Norte”, perfazendo mais de 113 milhões de euros. Este aumento em PIDDAC é muito localizado e específico e apesar de ser muito propagandeado não está orientado para resolver os problemas do distrito. Estudando um pouco mais esta questão, poderemos constatar que estes investimentos poderão ter como objectivo a entrega das actividades portuárias a grupos privados – à GALP e PSA no porto e a entrega das actividades logísticas na plataforma do Poceirão à Mota Engil, que tem na sua administração, Jorge Coelho, ex- ministro, ex-porta voz e “ex-homem do aparelho” do partido socialista.

Nos últimos anos, o Distrito de Setúbal foi o mais penalizado em termos de investimento da Administração Central. De 2002 a 2007 as verbas inscritas neste programa diminuíram em cerca de 60%, com a justificação da crise, mas com um aperto onde o espigão do cinto não encaixava nos mesmos furos, porque nos restantes distritos as verbas foram reduzidas em 20%, cerca de 3 vezes menos. Nestes últimos anos não foram feitos investimentos em áreas fundamentais como a saúde, educação, acessibilidades, associativismo e segurança.

Mas se ao nível do Distrito e da Península de Setúbal as contas foram as referidas, a nível concelhio assistimos nesta proposta a uma verdadeira castração das populações. O concelho da Moita vê reduzido o investimento previsto em 89,1%, o concelho da Alcochete em 88,7%, o do Barreiro em 61,3%, Palmela em 48,4%, Seixal onde as reduções chegam aos 25%, mas pelo contrário a verba prevista para o concelho do Montijo aumenta cinco vezes para obras de cariz essencialmente municipal. São números expressivos, que falam por si, mas que devem ser do conhecimento de todos.

Pode-se dizer que neste governo encarnou o espírito de ajudar os poderosos, porque com o dinheiro do orçamento do estado, ou seja com o dinheiro de todos os portugueses, consegue socorrer a banca com milhões de euros e na mesma leva fechar Centros de Saúde e Escolas e não investir em equipamentos e infra-estruturas essenciais para os portugueses como Hospitais, Escolas, Instalações de Forças de Segurança e Acessibilidades. Sendo já da História da Sociedade e da Economia do século passado, que os períodos e locais em que houve maior prosperidade no mundo corresponderam exactamente aos períodos e locais onde houve uma melhor redistribuição da riqueza, e apesar da crise financeira, económica e social que se nos apresenta, Sócrates e o PS preferem continuar na mesma rota: Tirar aos pobres para dar aos ricos!

Mais uma vez a luta é o caminho! O PCP, não esquecendo uma vez mais e como sempre, as dificuldades por que passam os trabalhadores e o povo português, proporá na Assembleia da República as alterações necessárias para que este instrumento corresponda aos interesses das populações, dos trabalhadores logo, também obrigatoriamente, do desenvolvimento do país.

Nuno Cavaco
Membro da DORS do PCP

1 comentário:

PQ disse...

O PCP...estará interessado em dar mais força à esquerda? Vamos lá ver...