quarta-feira, 25 de julho de 2007

TRANSPORTES PÚBLICOS - UM CASO SÉRIO!


A propósito dos transportes públicos… todos sabemos que as alterações climáticas constituem hoje, uma das grandes preocupações da humanidade e que uma das principais causas desta situação são os gases libertados pelos automóveis, nesta conjuntura, é pois com alguma revolta que constato algumas situações:

Em algumas localidades (o Concelho da Moita é um grande exemplo) no fim de cada ano lectivo as pessoas vêm-se confrontadas com a supressão de algumas carreiras, aumentando ainda mais o tempo de espera dos utentes nas paragens dos autocarros, penalizando a qualidade de vida dos cidadãos, que já encontram as dificuldades que todos conhecemos para poderem fazer o percurso casa-trabalho trabalho-casa.

Em lugar de apostarem num reforço de carreiras e na compatibilização de horários entre as redes de transportes existentes em cada concelho deste país, deixam desprovidos de transportes públicos, os utentes que trabalham de inverno e de verão (os residentes do concelho da Moita que têm que se deslocar diariamente entre a Moita e o Barreiro ou entre a Moita e o Montijo são um grande testemunho disso).

A questão da compatibilização de horários entre as redes de transporte público é muito pertinente, no caso concreto dos residentes do concelho da Moita, alguns dos horários praticados pela TST não são compatíveis com os horários da ligação fluvial do Barreiro/Lisboa/Barreiro, penalizando os cidadãos da Moita, aumentando os tempos de espera nos abrigos de passageiros, alguns deles sem reunirem as condições necessárias (ausência de bancos para as pessoas se sentarem e abrigos sem condições que protejam os cidadãos do estado de tempo – “o abrigo de passageiros colocado na estação dos barcos no Barreiro é um grande exemplo disso”).

Os títulos dos transportes sempre a aumentarem e não há uma aposta séria na substituição da frota dos autocarros (alguns autocarros são comprados em segunda mão a outros países que consideram que aqueles autocarros já não servem) penalizando ainda mais a qualidade de vida dos cidadãos que pagam caro por um título de transporte a troco dessa falta de qualidade da frota.

Há uma espécie de preocupação sobre esta matéria por parte dos sucessivos governos, porém, estranho que as soluções encontradas venham sempre no sentido de forçar as pessoas a utilizar o automóvel individual, ao invés de se investir seriamente nos transportes públicos, criando verdadeiros estímulos para se deixar o carro em casa.

Pergunto eu:

“Se há uma espécie de preocupação sobre esta matéria porque é que não há reposição de carreiras?”

“Se há uma espécie de preocupação sobre esta matéria porque é que não há um reforço de frequência de carreiras?”

“Se há uma espécie de preocupação sobre esta matéria porque é que não há compatibilização dos horários entre as várias redes de transporte?”

“Se há uma espécie de preocupação sobre esta matéria porque é que não há uma substituição séria da frota dos autocarros?”

O QUE TODOS NÓS queremos é um serviço de transporte público de qualidade e uma aposta séria no ambiente.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo plenamente. Como não possuo automóvel nem carta de condução, vejo-me muitas vezes [extremamente] limitado no que diz respeito a horários de deslocação. Tenho um emprego (felizmente!, já que há demasiados que não podem dizer o mesmo) que, devido ao horário a que estou sujeito, me limita bastante o tempo que disponho livre para tratar de assuntos importantes, como por exemplo ir ao departamento de finanças, ou ao banco, ou qualquer tipo de deslocação semelhante (considerando que o meu banco não existe na minha área de residência e se tenho de tratar de algum assunto tenho de me deslocar à vila mais próxima, o que, mesmo a pé, pode levar até 25/30 minutos, só de ida, mais o tempo de espera na fila...); e é lamentável que aconteça, com frequência, que um atraso de 1 ou 2 minutos significa a perda do único transporte público disponível nessa próxima hora e que não posso cuidar desse assunto nesse dia em particular pois certamente que não chegarei a uma hora em que disponha de tempo suficiente para tratar de tudo e regressar ao trabalho. Se houvessem mais transportes disponíveis, ou por outra, um maior número de alternativas, estas situações seriam certamente ultrapassadas.

Custará assim tanto criar uma atmosfera de cooperação entre diferentes empresas de transportes públicos? Só se houver má fé, na minha modesta opinião...