
O Partido Ecologista “Os Verdes” apresentou no dia 18 Abril ao Parlamento um Projecto de Resolução que recomendava ao Governo a inclusão da vacina que previne o cancro do colo do útero no Plano Nacional de Vacinação, um assunto que certamente muito interessa aos portugueses e às mulheres em particular.
Porém, viu o projecto ser gorado por argumentos puramente economicistas. O Partido do Governo foi a única bancada a votar contra este projecto de resolução, justificando-se pela falta de informação científica, apesar de duas deputadas do referido partido, terem votado a favor. Numa altura em que todos nós temos consciência que o cancro do colo do útero afecta cerca de 500.000 mulheres por ano em todo o mundo.
A justificação sobre esta matéria do Partido do Governo leva a questionar se não haverá aqui uma certa discriminação das mulheres em função da sua condição económica, senão vejamos:
Porém, viu o projecto ser gorado por argumentos puramente economicistas. O Partido do Governo foi a única bancada a votar contra este projecto de resolução, justificando-se pela falta de informação científica, apesar de duas deputadas do referido partido, terem votado a favor. Numa altura em que todos nós temos consciência que o cancro do colo do útero afecta cerca de 500.000 mulheres por ano em todo o mundo.
A justificação sobre esta matéria do Partido do Governo leva a questionar se não haverá aqui uma certa discriminação das mulheres em função da sua condição económica, senão vejamos:
A organização Mundial de Saúde confere a eficácia desta vacina
A vacina já é comercializada nas farmácias portuguesas
O custo total da vacina é de 481,35 euros.
A comparticipação a 100 por cento custaria cerca de 29 milhões de euros por ano, no entanto a compra da vacina em grandes quantidades pelo Estado, para ser incluída no plano nacional de vacinação, sairia com toda a certeza mais barata ao Governo.
Se têm tantas dúvidas em relação à eficácia desta vacina, qual será a responsabilidade deste Governo ao permitir a sua integração no mercado, nas farmácias portuguesas?
Lembro que em Portugal são mais de 900 por ano os novos casos de cancro do colo do útero. Destes casos decorrem mais de 360 mortes de mulheres por ano – 1 mulher por dia morre em Portugal devido ao cancro do colo do útero. O número, proporcionalmente à população, mais elevado da União Europeia.
Este cancro é provocado fundamentalmente pela infecção por dois tipos de HPV (o papiloma vírus humano), o vírus responsável por cerca de 90%, ou mais, dos casos verificados desta neoplasia.
Estima-se que mais de 75% das mulheres contraiam este vírus durante algum período da sua vida sexual activa, em muitas das quais pode haver uma evolução para o cancro do colo do útero, se infectadas pelos tipos mais graves de HPV (entre os quais o 16 e o 18).
A citologia cervical é um exame determinante para o rastreio do cancro do colo do útero. Contudo, importa lembrar que este exame não é complementado com o rastreio regular do HPV. Ainda assim, ele é determinante para detectar atempadamente anomalias que podem degenerar em cancro e importa sensibilizar todas as mulheres e serviços de saúde para a necessidade de realizar periodicamente esse exame.
Portugal está muito longe desse objectivo e fundamentalmente não estão trabalhados dados nacionais sobre o rastreio do cancro do colo do útero.
A vacina já é comercializada nas farmácias portuguesas
O custo total da vacina é de 481,35 euros.
A comparticipação a 100 por cento custaria cerca de 29 milhões de euros por ano, no entanto a compra da vacina em grandes quantidades pelo Estado, para ser incluída no plano nacional de vacinação, sairia com toda a certeza mais barata ao Governo.
Se têm tantas dúvidas em relação à eficácia desta vacina, qual será a responsabilidade deste Governo ao permitir a sua integração no mercado, nas farmácias portuguesas?
Lembro que em Portugal são mais de 900 por ano os novos casos de cancro do colo do útero. Destes casos decorrem mais de 360 mortes de mulheres por ano – 1 mulher por dia morre em Portugal devido ao cancro do colo do útero. O número, proporcionalmente à população, mais elevado da União Europeia.
Este cancro é provocado fundamentalmente pela infecção por dois tipos de HPV (o papiloma vírus humano), o vírus responsável por cerca de 90%, ou mais, dos casos verificados desta neoplasia.
Estima-se que mais de 75% das mulheres contraiam este vírus durante algum período da sua vida sexual activa, em muitas das quais pode haver uma evolução para o cancro do colo do útero, se infectadas pelos tipos mais graves de HPV (entre os quais o 16 e o 18).
A citologia cervical é um exame determinante para o rastreio do cancro do colo do útero. Contudo, importa lembrar que este exame não é complementado com o rastreio regular do HPV. Ainda assim, ele é determinante para detectar atempadamente anomalias que podem degenerar em cancro e importa sensibilizar todas as mulheres e serviços de saúde para a necessidade de realizar periodicamente esse exame.
Portugal está muito longe desse objectivo e fundamentalmente não estão trabalhados dados nacionais sobre o rastreio do cancro do colo do útero.
Vergonhosamente o Plano Nacional de Saúde 2004-2010 não conseguiu identificar a taxa de rastreio entre a população alvo e apresenta um objectivo muito pouco ambicioso, o de garantir que, em 2010, apenas 60% das mulheres portuguesas, em idade de proceder a citologias regulares, o façam. É um objectivo muito curto para a dimensão do problema em Portugal.
A evolução científica permitiu, entretanto, descobrir uma vacina que provou ser altamente eficaz na prevenção da contracção do HPV e consequentemente na prevenção do cancro do colo do útero. A vacina está indicada para raparigas e jovens mulheres antes de estarem expostas ao vírus do papiloma humano, e, por isso, deve ser ministrada antes do início de uma vivência sexual activa.
A vacina que “Os Verdes” pretendiam ver incluída no Plano Nacional de Vacinação, constitui uma nova porta de esperança, um decisivo passo, para combater e diminuir drasticamente uma doença que afecta e mata muitas mulheres.
A vacina que “Os Verdes” pretendiam ver incluída no Plano Nacional de Vacinação, começou a ser vendida em Portugal no início deste ano (2007) e está acessível para quem a ela queira ter acesso, desde que reúna condições económicas.
A vacina que “Os Verdes” pretendiam ver incluída no Plano Nacional de Vacinação é ministrada em três doses, está no mercado a um preço demasiado elevado – cada dose custa ao utente 160,45€, o que perfaz um custo total de 481,35€. Um preço que muitas mulheres não têm condições económicas para a adquirir.
A vacina que “Os Verdes” pretendiam ver incluída no Plano Nacional de Vacinação não implica descurar numa sexualidade activa responsável e segura, designadamente a generalização do uso do preservativo; claro que esta vacina não implica descurar no rastreio do cancro do colo do útero. Ela constitui uma intervenção preventiva primária que se provou ser eficaz, constitui uma oportunidade para salvar vidas e consequentemente não pode ser desperdiçada.
Para o mim a integração da vacina que previne o cancro do colo do útero no Plano Nacional de Vacinação é uma não conformação com esta realidade discriminatória e uma não conformação com o desperdício de uma resposta que a ciência disponibilizou para prevenir o cancro do colo do útero.
É sob esta conjuntura que questiono:
É politicamente correcto dizer-se que os custos económicos são mais ponderosos do que a saúde das Mulheres em Portugal?
Se esta vacina não está suficientemente testada como é possível que ela já esteja à venda nas farmácias, acessível para quem a pode pagar?
Que responsabilidade é a do Infarmed que permite que se coloque à venda uma vacina que não está testada?
Que responsabilidade é a da União Europeia que em Setembro de 2006 autorizou a comercialização e a administração dessa vacina?
A saúde das mulheres portuguesas, a poupança de inúmeras vidas e a diminuição substancial do cancro do colo do útero em futuras gerações não é um objectivo bastante para o Estado assumir o seu dever de financiar um programa de vacinação com a vacina que previne o cancro do colo do útero?
O facto de o Estado adquirir em grande escala esta vacina, que tornará o produto muito mais barato (foi um dos argumentos encontrados nos países europeus que estão a desenvolver planos de vacinação para prevenir o cancro do colo do útero, como a Itália, a Alemanha, a Áustria, a Grécia e França) não levará a que os custos se assemelhem aos de uma eventual futura comparticipação deste medicamento?
A propósito da integração da vacina que previne o cancro do colo do útero no Plano Nacional de Vacinação, mais uma vez, os interesses económicos falaram mais alto, mais uma vez os interesses económicos estiveram à frente dos interesses das populações e das mulheres em particular.
A evolução científica permitiu, entretanto, descobrir uma vacina que provou ser altamente eficaz na prevenção da contracção do HPV e consequentemente na prevenção do cancro do colo do útero. A vacina está indicada para raparigas e jovens mulheres antes de estarem expostas ao vírus do papiloma humano, e, por isso, deve ser ministrada antes do início de uma vivência sexual activa.
A vacina que “Os Verdes” pretendiam ver incluída no Plano Nacional de Vacinação, constitui uma nova porta de esperança, um decisivo passo, para combater e diminuir drasticamente uma doença que afecta e mata muitas mulheres.
A vacina que “Os Verdes” pretendiam ver incluída no Plano Nacional de Vacinação, começou a ser vendida em Portugal no início deste ano (2007) e está acessível para quem a ela queira ter acesso, desde que reúna condições económicas.
A vacina que “Os Verdes” pretendiam ver incluída no Plano Nacional de Vacinação é ministrada em três doses, está no mercado a um preço demasiado elevado – cada dose custa ao utente 160,45€, o que perfaz um custo total de 481,35€. Um preço que muitas mulheres não têm condições económicas para a adquirir.
A vacina que “Os Verdes” pretendiam ver incluída no Plano Nacional de Vacinação não implica descurar numa sexualidade activa responsável e segura, designadamente a generalização do uso do preservativo; claro que esta vacina não implica descurar no rastreio do cancro do colo do útero. Ela constitui uma intervenção preventiva primária que se provou ser eficaz, constitui uma oportunidade para salvar vidas e consequentemente não pode ser desperdiçada.
Para o mim a integração da vacina que previne o cancro do colo do útero no Plano Nacional de Vacinação é uma não conformação com esta realidade discriminatória e uma não conformação com o desperdício de uma resposta que a ciência disponibilizou para prevenir o cancro do colo do útero.
É sob esta conjuntura que questiono:
É politicamente correcto dizer-se que os custos económicos são mais ponderosos do que a saúde das Mulheres em Portugal?
Se esta vacina não está suficientemente testada como é possível que ela já esteja à venda nas farmácias, acessível para quem a pode pagar?
Que responsabilidade é a do Infarmed que permite que se coloque à venda uma vacina que não está testada?
Que responsabilidade é a da União Europeia que em Setembro de 2006 autorizou a comercialização e a administração dessa vacina?
A saúde das mulheres portuguesas, a poupança de inúmeras vidas e a diminuição substancial do cancro do colo do útero em futuras gerações não é um objectivo bastante para o Estado assumir o seu dever de financiar um programa de vacinação com a vacina que previne o cancro do colo do útero?
O facto de o Estado adquirir em grande escala esta vacina, que tornará o produto muito mais barato (foi um dos argumentos encontrados nos países europeus que estão a desenvolver planos de vacinação para prevenir o cancro do colo do útero, como a Itália, a Alemanha, a Áustria, a Grécia e França) não levará a que os custos se assemelhem aos de uma eventual futura comparticipação deste medicamento?
A propósito da integração da vacina que previne o cancro do colo do útero no Plano Nacional de Vacinação, mais uma vez, os interesses económicos falaram mais alto, mais uma vez os interesses económicos estiveram à frente dos interesses das populações e das mulheres em particular.
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